Por meio de um ônibus especial, modelo Jardineira, o passeio com guia turística tem duração de 1 hora e passa pelos principais pontos de destaque da cidade de Guaíba. “Só existem sete modelos como este circulando no Brasil: cinco em Santos, um em Gramado e agora em Guaíba”, afirma a secretária Cláudia Mara Borges Rosa.
A origem do nome Jardineira se dá por dois motivos: Um pela estética dos ônibus, quadrados com aberturas laterais que pareciam os vasos compridos que ficavam nas sacadas. Outro dá conta que entre os anos de 1920 e 1940, os ônibus, com as laterais abertas, transportavam, na ida e na volta, as operárias da região da Mooca e Ipiranga (SP), que usavam chapéus floridos. Era moda na época. Assim, quando estavam cheios de mulheres, estes ônibus pareciam jardineiras de tanta flor nos chapéus. Por este formato de carroceria, toda aberta na lateral, e pelas flores dos chapéus, por onde passavam, os taxistas, artesãos, padeiros e até os próprios motoristas falavam que os ônibus pareciam jardineiras, e o nome pegou. Era uma forma carinhosa de expressar admiração e elogios às elegantes e belas operárias.
A Linha Turismo opera de terça a domingo, das 10h30 às 16h30, com acompanhamento de uma guia local. O ponto de partida e de chegada é a Hidroviária de Guaíba. O valor do passeio nos dias de semana (segunda à sexta-feira) é de R$ 7,00 por pessoa e nos finais de semana (sábado e domingo) e feriados de R$ 8,00. Não tem agendamento prévio. A capacidade é para 34 lugares.
Horário diferenciado na Semana da Revolução Farroupilha
Com a realização da Semana Farroupilha, entre os dias 9 e 20 de setembro, a Jardineira vai operar de segunda a segunda, das 8h30 às 17h30. “Sempre que tivermos eventos maiores no município, vamos readequar os dias e horários”, explica a titular da SETUDEC. Motorista e guia turística vão estar com as vestimentas caracterizadas ao evento que estiver ocorrendo no município.
Trajeto
A Jardineira parte da Estação Hidroviária de Guaíba, seguindo por toda a Orla (av. João Pessoa), entra na Rua Breno Guimarães (famosa Rua da Rapadura), desce pela Dona Frutuosa, passando pelas ruínas do Hospital Farroupilha, segue em frente à prefeitura municipal, continuando na Avenida Nestor de Moura Jardim (trajeto que os tropeiros faziam quando traziam o gado para os matadouros). O roteiro segue pela Vinte de Setembro, antiga Rua das Flores, vai pela São José, sobe a Rua Cônego Scherer até o Sítio Histórico..
Neste ponto, é feita uma parada de cerca de 20 minutos, onde os visitantes terão a oportunidade de conhecer a Igreja do Livramento; a Casa do Gomes Jardim (onde foi ponto de encontro para que os líderes da Revolução Farroupilha ocupassem Porto Alegre em 20 de setembro de 1935); a Vitrine Cultural, que será inaugurada no dia 05 de setembro (Casa de Cultura); o Cipreste Histórico Estância das Pedras Brancas (primeiro nome dado a Guaíba e foi junto ao Cipreste onde teriam sido consolidados os planos que culminaram na Batalha da Ponte da Azenha, em Porto Alegre, dando início à Guerra dos Farrapos.
De acordo com a historiadora guaibense Mirian Leão, a presença de Bento Gonçalves e Onofre Pires na casa de José Gomes de Vasconcelos Jardim era notada por habitantes da cidade desde o dia 10 de setembro de 1835, pouco mais de uma semana antes de ocorrer a invasão farroupilha na então Capital da Província. “Historiadores relatam que os encontros ocorriam na casa de Gomes Jardim. Lá, os líderes farroupilhas tramaram o ataque e a ocupação de Porto Alegre no dia 20 de setembro”, conta Mirian. A investida militar, porém, começou na noite de 19 de setembro, com a travessia de 200 combatentes revolucionários pelo Guaíba e culminou com a batalha e a ocupação da Capital – que acabaram retomados dias depois pelas tropas imperiais.
Essa é uma das razões que Guaíba foi reconhecida cidade Berço da Revolução Farroupilha, pela Lei nº 25/2009. Na descida do Sítio Histórico, encontra-se o Mirante, onde se pode contemplar a linda vista do Lago Guaíba. Os visitantes podem seguir a pé e descer a escadaria 14 de outubro. Ali perto também está o Museu Carlos Nobre, a Orla, gastronomia e comércio local. Aos que decidire seguir a viagem, a Jardineira passa pela Orla e encerra o passeio novamente na Estação Hidroviária.
Credito: Sandra Domit